Nesta confusão de quem é quem nós ficamos sabendo de quem são nossos amigos nesta missão.
Chegou no templo espiritual um jaguar desencarnado que na terra tinha muito conhecimento. Escreveu cartas, traduziu leis, mas não tinha o mais importante, a cura em suas mãos.
Eu sofri um embate nesta jornada. Tudo para ele estava errado e seria um desastre se a espiritualidade não intervisse. Sabe quando você está no fundo do poço e chega alguém e joga mais terra em cima. Pois foi assim que eu me via. Uma tonelada de dejetos me sufocando.
Neste interim trouxeram uma mulher em uma cadeira de rodas. Os mesmos fizeram de tudo para cura-lá. Nada. A mulher continuava paralítica. Eu já havia perdido a esperança de ser jaguar de tanto descrédito.
Eram dois a insinuar erros da vida passada que estavam contrastando com a de hoje. Colocaram a mulher em minha frente para me testar. Eu reconheci a senhora e ela veio me salvar da cobrança.
_ Mulher! Levanta-te e anda!
Naquele instante a mulher irradiou uma luz tão forte que se levantou daquela cadeira de rodas e de pé olhava para aqueles jaguares infelizes e principalmente para o trino cobrador desencarnado.
A mulher sorriu e agradeceu a cura. Eu me ajoelhei aos seus pés, pois quem havia se curado era eu. Ela me salvou da crucificação. Os doutos jaguares sem saber da verdade se calaram.
A mulher era Mãe Iara. Ela veio mostrar que a cura está na bondade do coração. Assim como foi no início da missão de Tia Neiva onde ela veio em uma cadeira de rodas para incentivar a clarividente na sua missão.
Jaguares. Como é triste para um espírito ser julgado e subestimado. Se dizem irmãos, mas em verdade são somente interesses em manter as aparências.
Calados, sim, calados ficaram porque não conseguiram curar uma aleijada. Eu estava muito triste pelo grave momento desta passagem. O que me salvou foi a senhora do espaço.
Ali foi demonstrado que a cura é pela simplicidade e não por filosofias.
Hoje temos muitos filósofos no sacerdócio e poucos curadores.
Como desse trino desencarnado que ainda se mantém no pedestal do orgulho. A lição da Senhora do Espaço foi justamente para mostrar quem é quem e porque fomos preparados. Eles não curaram a mulher, mas não sabendo da verdade eu fui e a coloquei em pé.
Eu fico somente observando o comportamento e as reações dos meus irmãos que já são mais esclarecidos que eu. Se tornaram pedras espalhadas pela terra do homem pássaro.
Ainda estou traumatizado com esta passagem. Mãe Iara acabou de sair daqui. Ela me trouxe em segurança deste templo que só viam leis, mas não curavam ninguém. Do que adianta se dizer todo correto e não praticar a humildade, a tolerância e o amor.
Me lembrei de Jesus quando foi humilhado e vi nele um espelho. Uma imagem feliz que sofreu horrores para implantar o sistema que até hoje permanece inalterado.
Nunca façam como estes espíritos que julgam sem conhecer o missionário, sem conhecer a sua obra.
Julgar é um erro da terra. O que absolve o espírito é a verdade suprema.
Voltei!
Estou ainda chateado com este irmão que em vida veio conhecer esta casa e sentiu os fenômenos da força cabalística. Esqueceu, medo de falar, acho que preferiu esconder o que recebeu a ter que se submeter aos caprichos de futuras cobranças.
_ Jaguar sol! Não adianta querer esconder a luz! Por mais escuras sejam as noites sem luar a luz não se apaga! Ela a guia os sofredores encarnados e desencarnados!
Quando Mãe Iara me tirou deste covil ela esboçou com seu dedo o silêncio da minha boca. Eu não deveria cair em tentação de me revoltar. Que pague quem deve e receba quem precisa.
Estou aqui em minha casa preparando o caminho dos espíritos que vão receber a cura de Jesus, de Seta Branca e mãe Iara.
O que importa é que sejam curados.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An-Selmo Rá
21.08.2021