ESGOTAMENTO
ESGOTAMENTO
De repente eu comecei a ficar fraco e sonolento. Algo estava acontecendo nesta visita.
Estávamos colocando a conversa em dia e tudo parecia normal se não fosse a interferência.
_ Fale pra ele que eu estou aqui! Fale!
Um desencarnado chegou, aliás, ele já estava ali no etérico plano, somente apareceu na mediunidade. Eu comecei a ficar inquieto pela projeção na mente que eu queria era uma cama para deitar.
Este fenômeno foi diferente, o espírito modelou em minha mente a sua fisionomia. Eu não podia abrir o verbo porque muitas vezes a pessoa que deveria ouvir não tivesse a compreensão da revelação. Assim eu fui deixando acontecer até que uma hora ele mesmo mencionou o nome.
_ Tá vendo como você lembrou deste nome!
Mas foi semente isso que eu falei diante da insistência do mortinho.
Os sofredores sugam muito as energias dos encarnados e com isso sempre acontece as complicações carmicas.
Ele não era mau, somente queria dar notícias de como estava e onde estava.
Eu me retorcia na cadeira e sempre lembro das palavras de Humahã para tia Neiva: veja o que vale a pena ser dito.
Quando começamos a falar muito sobre espíritos, espiritualidade, nós geramos uma corrente inconsciente invisível que se transforma em energia bruta que sai da boca pelo pensamento.
Ela é como uma crosta pesada formando imagens também pesadas. Eu aprendi muito a não dispersar energia para alimentar os espíritos sofredores. Mas deste caso foi bem diferente, ele estava ali projetado para se comunicar.
A vida dos missionários começa no acender das luzes e só acaba no apagar das mesmas. Temos que conviver com esta abertura mental para entender este processo regenerativo dos espíritos e este desencarnou a muitos anos. Nem a família lembrava dele se não fosse o homem no lapso temporal falar.
Eu fiquei com sua imagem gravada na mente. É como tirar uma foto para recordação.
A morte agora tem voz na voz dos mediuns. Não é somente sonhos, mas realidade dentro de uma ficção. Ficção por ainda terem dúvidas da eterna vida que a morte separa. Lembranças que o espírito guarda em sua vida espiritual.
A noite ficou bem diferente e só foi melhorar lá pelas uma hora da madrugada. Meia noite abrem as portas para os mortos se visitarem.
Ser missionário tem suas realizações e suas complicações. Não podemos falar a verdade e tão pouco esconder a realidade. É uma faca de dois gumes.
Quando a madrugada chegou o espírito sumiu. Nos deixou em paz. Chegamos em casa às duas da madrugada.
O momento da missão foi cumprida de forma alheia e dentro dos princípios que juramos cumprir.
A terra já não é mais a mesma. Houve uma transição espiritual muito acirrada que fez muitos cegos enxergarem como é a vida em dois planos.
Mesmo desacreditando em que eu reporto eles agora ouvem a voz direta. Nas mensagens escritas há impregnação de uma mensagem subliminar que está conduzindo através dos neurônios a chave deste processo. Seria como um amplificador da mente.
Eu envio em cada mensagem um choque da individualidade na personalidade. Não sei se compreendem esta parte da técnica do teletransporte. Eu recebo, moldo e envio.
É diferente das ações dentro de um templo. Eu trabalho dentro do meu templo íntimo. Se cada jaguar se compenetrar da sua obra irá ser o mensageiro da verdade. Seria um jaguar Ifan, cavaleiro ligeiro, que tem pressa em se expressar.
Assim estamos exercitando a missão na terra e no céu.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
24.06.2024