CAVALEIRO AJANÃ

CAVALEIRO AJANÃ
Aprendendo a trabalhar.
Eu fui chamado nesta madrugada para ajudar um templo que está sendo assediado por uma corrente negativa, mas para isso eu precisava da ajuda de um mestre ajanã. Passei pela grande seara e convidei um jaguar lua para me acompanhar nesta missão. Fomos abrindo as camadas para chegar no destino.
Ao chegar nesta casa de Seta Branca os espíritos estavam revoltosos e fecharam a porta da frente, mas nós demos a volta por trás.
Eu busquei a força do cavaleiro ajanã, porém era a primeira vez que ele saia comigo nesta viagem. Na terra ele é muito responsável com seu sacerdócio. Só que no plano espiritual ele ficou sem saber como agir porque não existe incorporação de entidade. Ali nós somos como entidades e temos que usar das técnicas para impedir essas invasões.
Eu tive que ir ensinando e desmanchando os nós que os espíritos deram na linha mestra. A força da lua com a da luz acenderam o candeeiro do sol interior. Era como se jogasse lenha na fogueira. Aquela fogueira foi responsável pela manutenção do fogo etérico. Nada fica impregnado onde o fogo etérico está aceso.
Olhando para o cavaleiro ajanã ele brilhava, era pura luz. Eu sorri, pois ele despertara seu sol interior. Assim que a luz cobriu este templo os espíritos assaltantes fugiram. Foi como se uma força brotasse de nós e fosse empurrando tudo para fora. Nós éramos ali o centro emissor desta corrente.
Para cumprir esta missão espiritual eu tive que primeiro ensinar como se deve proceder para depois dominar as funções vitais do corpo físico na terra. Quando o espírito sai em missão seu corpo na terra fica vulnerável. É preciso compensar esta ausência com as chaves ritualisticas deixadas por Tia Neiva.
O que mais me deixou feliz é que este templo foi libertado. Agora o mais difícil foi apagar a luz do cavaleiro ajanã. Ele não queria perder sua luz, porém se ele ficasse muito tempo queimando sua energia vital poderia adoecer. Aos poucos com conselhos a luz foi diminuindo e estabilizou no sol interior. Voltou a sua razão existencial.
Peguei o primeiro bonde, modo de dizer, de volta segurando em seu braço voltamos para a casa grande. Deixei o jaguar em seu domicílio e eu deitei o cabelo de volta.
Cheguei em minha casa quando o sol começou a despertar seus primeiros raios. A terra é um caminho de descobrimento e o céu é a raiz de tudo. Nós viemos do céu e dentro desta cápsula vivemos nossas vidas.
Tia Neiva em uma aula falou sobre a cápsula que ela ficaria em terra. Muitos não entenderam o que seria esta cápsula.
A verdade foi jogada sobre o aleda. A mesa está posta e muitos morrendo de fome e de sede.
Nós viemos para salvar e não sermos salvos. Essa é a verdadeira missão.
Agradeço ao cavaleiro ajanã que muito fez para me ajudar.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
26.07.2024

Seja bem-vindo ao vale dos deuses!