ULTIMO REI
Nesta viagem de regressão espiritual eu cheguei a uma fazenda no Maranhão. Em meados de 1750 onde começou o declínio da estrutura social racial da fazenda Alcântara. Foram anos de problemas envolvendo disputas pelas terras.
Em um momento o conflito entre negros e brancos se acirrou tanto que as mortes não eram libertadoras e sim escravizadoras. Muitos espíritos estão presos nesta condição sofredora e ainda continuam amarrando a evolução deste estado.
O que eu assisti foi uma emboscada, um reajuste, onde os negros dominaram os brancos e foram mortos. A negra trazia a branca com suas mãos amarradas a frente do corpo sendo arrastada contra sua vontade. Muitos homens e mulheres de tocaia esperando os caçadores passarem. Ao conseguirem dominar a situação foram saindo dos buracos e gritavam em língua africana. O último rei foi alvejado pelas costas pela mesma mulher que trazia a sinhá amarrada.
Eu fiquei surpreso ao ver que nós somos parte deste processo regulador das reencarnações. Tudo fica registrado no espírito que reclama de sua dor desconhecendo seu passado.
O negro foi atingido pelas costas e morreu ali mesmo não comemorando a vitória. Esta fazenda foi palco de muitos desatinos e desafios desde que os títulos foram reconhecidos.
A prisão está fechada e os prisioneiros trancados. São espíritos revoltados querendo sair.
O Maranhão é um grande estado que poderia estar muito a frente do seu tempo, porém estes espíritos não deixam evoluir.
Conforme vou conhecer estes caminhos mais fico admirado com as articulações políticas. Tudo ali é uma política que não ajuda seu próprio povo. Desde 1750 que nada dá certo pelos motivos de não haver ressocialização dos planos espirituais. Convido todos a fazer uma viagem por esta fazenda trazendo a tona os registros históricos que ficaram gravados no coração em cada período.
Conhecer é se libertar das amarras da crueldade. Eu tive que ir para buscar o que prende a evolução deste caminho. Um povo sofrido que até hoje ainda pagam seu preço. O preço de uma vida tomada é negociada sem o mínimo respeito como se dono fosse.
Entre 1616 e 1618, começou a colonização portuguesa no local com um pequeno presídio que os índios destruíram, anos depois. Toda a área – inclusive os índios que ali viviam – passou a pertencer a Matias de Albuquerque.
O Barão ainda prende seus trabalhadores escravos ou não.
Aquela emboscada foi somente para me chamar atenção para esta prisão espiritual.
Os templos do amanhecer do Maranhão terão muito trabalho para desvendar o acervo dos enigmas trancados a sete chaves.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
23.10.2024